O caminho que leva os paulistanos até o mar já foi áspero e difícil e descer a serra era uma aventura.
Ir à praia hoje em dia é muito fácil e ninguém presta muita atenção à paisagem, que já se tornou corriqueira. Porém o caminho que leva os paulistanos até o mar já foi áspero e difícil e descer a serra era uma aventura. No início da colonização, o “Caminho do Padre José” era uma trilha aberta pelos índios e os jesuítas que primeiro se aventuraram no planalto subiam a serra praticamente escalando. Mas o progresso foi chegando e no século XIX já se podia contar com consideráveis melhorias nas condições do trajeto de São Paulo para Santos.
Em janeiro de 1865 a Viação do Rio Grande anunciava a nova linha de diligências entre Santos e a Capital, com serviço diário!
O anuncia publicado nos jornais dizia que: “Essa nova linha de magníficos carros, solidamente construídos na Europa, e próprios para a nossa estrada, já por sua segura construção, já pelo diminuto peso dos trens, principiará a funcionar a partir do dia 19 do corrente pela forma seguinte:
Partirá diariamente desta capital para Santos um carro às 7 horas da manhã. Chegará a Santos no mesmo dia às 2 horas da tarde.
Partirá diariamente outro de Santos para esta capital às 6 horas da manhã. Chegara a esta cidade no mesmo dia, às 2 e meia da tarde.
Preço das passagens por pessoa: 15 mil réis. Almoço no Rio Grande, grátis.
E o anúncio também informava: “Os passageiros que por incomodados ou por qualquer outro motivo quiserem do Rio Grande, seguir a cavalo, dar-se-lhes-há cavalgadura e poderão igualmente preterir a sua viagem na diligência do ponto do Rio Grande para o dia seguinte sem fazerem por isso mais despesas.
As bagagens serão entregues e recebidas na estação da rua da Cruz Preta no. 6, devendo as que tem de seguir viagem serem recebidas até o meio dia anterior ao da partida.
São Paulo, 11 de janeiro de 1865.”
O Rio Grande era um tradicional pouso de tropeiros e era usado desde o século 18 devido a abundância de pastagens. Hoje é o município de Rio Grande da Serra. A rua da Cruz Preta é a atual Rua Quintino Bocaiúva, bem no centro da cidade, próximo do Largo São Francisco.
E se você costuma reclamar do pedágio, bem ... pense nos nossos antepassados!
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