O dia em que o bichano conquistou os holofotes do Municipal.
A Prefeitura de São Paulo acaba de inaugurar a obra de restauro e recuperação da fonte monumental da Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Theatro Municipal. O monumento, dedicado a Carlos Gomes foi inaugurado em 1922 em comemoração ao centenário da independência e construído graças às doações da colônia italiana da cidade. Sua recuperação também se deve a um grupo de empresas italianas que doaram esses serviços para a cidade.
O conjunto, criado por Luigi Brizzolara, inclui uma estátua do compositor, e várias alegorias sobre as suas óperas. Mas a praça e a fonte tem muitas histórias, todas ligadas à ópera, claro. Duas valem a pena contar.
A inauguração da fonte coincidiu com a vinda ao Brasil do compositor Pietro Mascagni, que se apresentou na temporada oficial do Centenário, regendo uma ópera sua no Municipal. Consta que indo à praça admirar a estátua de Carlos Gomes, que era seu amigo, se surpreendeu com a cabeça que não se parecia com o compositor. Dizem as lendas do teatro que graças a ele a cabeça foi substituída por uma nova, retratando devidamente o compositor campineiro e é ela que está lá até hoje.
Mas a fonte ao longo dos anos se tornou também o playground de centenas de gatos que foram se instalando por ali, e em determinado período, ocuparam a praça toda. Não só a praça, mas se apossaram também dos porões do teatro que tinham uma entrada pelos fundos da fonte. A porta de grades existente ali, não era obstáculo para os gatos que invadiam o teatro sem problemas.
Numa récita importante, com uma famosa cantora cujo nome é melhor não mencionar, um lindo gatinho entrou no palco, justamente num dos momentos culminantes do espetáculo, quando a soprano cantava a sua grande ária. Com a tranquilidade que tem os gatos, atravessou o palco de uma ponta a outra, silenciosamente, e foi se aproximando da cantora que de costas, não viu o animal. Ela não viu, mas toda a plateia sim. Depois de alguns momentos de suspense o gato parou em frente à diva e ficou por ali admirando a cantora. Ela, que era uma artista experiente percebeu o bichano e conseguiu terminar a sua aria. Com os aplausos, o gato assustou-se e correu para as coxias.
Mas mostrou à diva internacional que, em São Paulo, até os gatos da praça sabem apreciar a boa música.
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