Frost também exerceu o verso livre, de que daremos um exemplo aqui, embora não completamente isento de ecos
O poeta estadunidense Robert Frost foi um virtuoso artífice de rimas. Aliás, de bom frasista que era, soltou certa vez um tirada provocadora a respeito. Ele disse: "escrever em versos livres é como jogar tênis com a rede abaixada".
Apesar da ironia, Frost também exerceu o verso livre, de que daremos um exemplo aqui, embora não completamente isento de ecos. Na tradução deste apresentador, ouçamos Agora feche as janelas. Há uma única rima, mas cada verso resplandece em sua beleza.
Robert Frost: Agora feche as janelas
(Tradução: Fábio Malavoglia)
Now close the windows
Now close the windows and hush all the fields:
If the trees must, let them silently toss;
No bird is singing in them now, and if there is,
Be it my loss.
It will be long ere the marshes resume,
It will be long ere the earliest bird:
So close the windows and not hear the wind,
But see all wind-stirred.
Agora feche as janelas
Agora feche as janelas e aquiete os campos:
Se os troncos pedem, deixe-os oscilar silentes;
Não há pássaros a cantar ali agora, e se houver
Serão em mim dolentes.
Será longo o tempo antes dos brejos voltarem.
Será longo o tempo antes do primeiro pássaro:
Então feche as janelas e não ouça o vento,
Mas veja tudo no sopro comovido.
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