“É um dos problemas globais”, diz secretário-executivo do Observatório do Clima Carlos Rittl
Ação simbólica de Greenpeace para viabilizar o problema da contaminação no mar Mediterrâneo
Foto: Pedro Armestre
O mote definido pela Organização das Nações Unidas para o Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano é o combate à poluição plástica. “É um dos problemas globais”, disse o secretário-executivo do Observatório do Clima Carlos Rittl durante participação no “De Volta ‘Pra’ Casa”.
O especialista destacou que a poluição dos oceanos por plástico é assustadora e, diariamente, provoca a morte de grandes animais que acumulam sacolas e outros materiais em seus estômagos. “Estima-se que há uma área maior do que a França, quase uma ilha flutuante de lixo, majoritariamente plástico, no Oceano Pacífico”, apontou.
Rittl lembrou retrocessos importantes, como a redução de direitos de povos indígenas sobre seus territórios, o enfraquecimento da legislação ambiental, tentativas de redução de áreas protegidas e o aumento do desmatamento da Amazônia.
Ele criticou a falta de debate a respeito da configuração da matriz de transporte em meio à polêmica do preço do óleo diesel, lembrando que o transporte de cargas ainda é essencialmente rodoviário. “Enquanto o mundo discute inovação tecnológica, caminhões movidos à energia solar, inovações em logística de transporte, nós discutimos subsídios a combustíveis fosseis”, lamentou.
Sobre a proposta de flexibilização do uso de agrotóxicos no país, que é apoiada pela bancada ruralista e pretende eliminar órgãos importantes do processo de regulação dos produtos químicos, causadores de impactos no meio ambiente e na saúde humana, Rittl questiona: “É do interesse de quem?”. “O que acabaria acontecendo é que nós teríamos mais veneno na mesa”, constata.
O especialista alertou, ainda, para a proposta do deputado Valdir Colatto, que permite a caça de animais silvestres, e para o perigo de nomeações de gestores sem qualquer afinidade com o setor. “É um sacrilégio ambiental”, comentou sobre a tentativa de entregar a um comerciante a presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
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