Sintomas do fim do ciclo revolucionário que mudou o Ocidente
Dedicamos o programa desta segunda, 14 de Julho, à Revolução Francesa e à sua música. Mas lembramos o filósofo Edmund Burke (1729 - 1797). Foi voz dissonante de sua época: no livro Reflexões sobre a Revolução na França, denunciou a ignorância e a brutalidade dos revolucionários, as execuções sumárias, o banho de sangue e tirania do Reino do Terror.
Burke não ignorava os abusos da realeza francesa. Mas questionou a suposta necessidade de fazer tábula rasa do passado. Seu aviso, porém, caiu no vazio. A Revolução Francesa virou modelo. A ideia de "revolução" tornou-se popular, gerou 160 anos de sangue na Europa, desembocou na experiência russa de 1917 e multiplicou-se: China, Cuba, África, Indochina.
Hoje é, política e culturalmente, uma peça de museu (se é que não lhe cabe uma das figuras de linguagem mais papagaiadas por seus criados: a da "lata de lixo da História"). Principalmente porque já se sabe o que é uma revolução (fora dos belos discursos teóricos): assassinato de inocentes, fuzilamentos sumários, confiscos, desculpas tortas para assassinato e tirania. Não à toa, os maiores assassinos da história vieram de revoluções: Mao Tse Tung matou cerca de 77 milhões de pessoas; Stalin, 43 milhões. O homicida Hitler ocupa apenas a terceira posição nesta lista sinistra, com 21 milhões de vítimas.
O ciclo das Revoluções acabou? Parece evidente a relação entre as datas da Revolução Francesa, 1789, e da Queda do Muro de Berlim, 1989. Nesses 200 anos, a ideia da revolução germinou, abateu reis e crenças e deu sua maior cria: num regime que caiu por si mesmo, erodido por dentro, sem que ninguém o tivesse atacado. Tudo indica que a Queda do Muro marca o início da cultura pós-moderna e o fim da era que a Revolução Francesa iniciou. E já não era sem tempo.
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