Além da preferência por poemas da escuridão, a norte-americana foi também uma construtora de bizarras gramáticas e inesperadas reviravoltas
Além da preferência por poemas da escuridão, se podemos assim dizer, a norte-americana Emily Dickinson foi também uma construtora de bizarras gramáticas e inesperadas reviravoltas. A crítica de cultura Camille Paglia sugere a inquietante idéia que Emily cortava a realidade com uma espécie de bisturi mental, implacável. Amiúde em poemas curtíssimos, antecipatórios, neste como em outros aspectos, das iconoclastias modernas. O exemplo a seguir é uma amostra dessas imprevisíveis mudanças de rumo. Inicialmente, a poetisa imagina um campo e os elementos que o perfazem. Depois retira-os, num corte abrupto, e a realidade do campo é reduzida de repente a um fantasma mental. O original consta da segunda parte da edição de 1924 dos Complet Poems, chamada Nature, isto é, Natureza. Na tradução da paulista Idelma Ribeiro de Faria, o nome do poema é Para fazer uma campina.
Emily Dickinson: Para fazer uma campina
(Tradução: Idelma Ribeiro de Faria)
To make a prairie
To make a prairie it takes a clover and one bee —
One clover, and a bee,
And revery.
The revery alone will do
If bees are few.
Para fazer uma campina
Para fazer uma campina
Basta um só trevo e uma abelha.
Trevo, abelha e fantasia.
Ou apenas fantasia
Faltando a abelha.
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