Presidente entra em atrito com TV Globo depois de reportagem sobre assassinato de Marielle
O presidente Jair Bolsonaro parece não conseguir ficar longe de confusões. Desta vez, ao ser citado em uma matéria no Jornal Nacional, da TV Globo, sobre as investigações do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, Bolsonaro se pronunciou de maneira dura e deixou ainda mais instável a relação entre o governo e emissora.
A reportagem diz que, segundo o porteiro do condomínio onde o presidente possui casa, no Rio de Janeiro, Bolsonaro teria liberado a entrada para um dos suspeitos no dia da execução, porém, na mesma data, o então deputado federal participava de atividades na Câmara dos Deputados, em Brasília. O cientista político e superintendente-executivo da Fundação FHC, Sérgio Fausto, diz: “Não há indícios de que tenha ligação direta dele com o episódio Marielle, mas o problema não é criminal e sim sociológico. Existe uma relação documentada da família Bolsonaro com setores da polícia do Rio que se situam em uma zona cinzenta entre a legalidade e a ilegalidade, e isso é inquestionável”.
Desde o início de seu mandato, uma das principais características de Bolsonaro é a forma com ele vem se portando diante das difíceis situações que chegam até seu gabinete. “Temos um padrão nas ações do presidente, as crises chegam pequenas e ele as aumenta. Existe a velha história de que o que diferencia um presidente do outro é como eles se comportam diante de um problema, e o Bolsonaro é especialista em fabricar ou amplificar crises”, analisa Sérgio Fausto.
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