Insistência de Bolsonaro em fraude da urna eletrônica poderia ser tentativa de desviar a atenção do esquema de envios em massa denunciado pela Folha de S. Paulo
Foto: Dado Ruvic/Reuters
“As ‘fake news’ correram soltas, sobretudo do lado do Bolsonaro, foram decisivas na reta final do primeiro turno”, avaliou o cientista político Claudio Gonçalves Couto em participação no “De Volta ‘Pra’ Casa”. Segundo o professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas, a reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou um imenso escândalo de financiamento ilegal de campanha, uma fraude.
Para Couto, ao insistir na possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas sem nenhuma evidência, a campanha de Jair Bolsonaro poderia tentar desviar a atenção do financiamento por parte de empresários no esquema de envio de mensagens em massa contra o PT.
De acordo com um levantamento do Instituto Datafolha, a maioria dos eleitores considera Bolsonaro o candidato mais autoritário, mas também o preparado para defender a democracia. “As pessoas não entenderam direito o que é democracia ou o que é autoritarismo”, pontuou Couto a respeito da contradição. O especialista explicou que pesquisas desta natureza são problemáticas se os entrevistados não têm domínio claro dos conceitos. O Datafolha também apontou que 50% do eleitorado acredita que há alguma possibilidade de haver uma nova ditadura no Brasil, resultado que não pode ser dissociado do favoritismo de Bolsonaro, tendo em vista as diversas vezes em que utilizou da estética da violência, afirmou o cientista político.
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