Programa desta quinta (24) pinça uma série de frases da entrevista concedida ao programa da TV Cultura em 2002; ouça
No RadioMetrópolis desta quinta-feira (24), homenageamos o dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta Ariano Suassuna – falecido na quarta (23), aos 87 anos, vítima de um AVC – relembrando uma série de frases tiradas da bela entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 2002.
Iniciamos com uma escolha: com qual dos dois principais personagens do Auto da Compadecida seu autor se identificava mais? Com João Grilo ou com Chicó?
Ariano Suassuna sempre negou o anti-clericalismo que lhe atribuíam. E na entrevista concedida ao Roda Viva fez questão de esclarecer:
Uma das referências importantes para o entendimento da obra de Suassuna é o embate que existe, nela, entre o caos urbano e o mundo rural. Entre os autores que citava, como inspiradores desta reflexão, surgia com destaque Euclides da Cunha:
O mito e a imagem do Rei sempre apareceram com destaque na obra de Ariano Suassuna. Mas apesar das críticas severas que o escritor fazia ao republicanismo, ele não se via como um defensor da monarquia do ponto de vista político, mas sim do estético.
A dicotomia entre cidade e campo sempre atraiu a atenção de Suassuna, mas não era esse o foco do embate cultural que ele travava, mas sim a defesa da cultura popular, fosse rural, fosse urbana:
Ariano Suassuna sempre denunciou e atacou a globalização. Na entrevista concedida ao Roda Viva, questionado pela jornalista Marici Salomão a esse respeito, ele se saiu com graça e firmeza do aperto: por um lado, não se colocou como o detentor de alguma resposta mágica; por outro, não abriu mão de sua posição.
Suassuna foi, talvez, o último grande conservador do Sebastianismo, a corrente de ideias reunida ao redor do mito do retorno de Don Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir em 1578, o que daria origem à esperança e à lenda de seu retorno, a fim de erguer de novo o mundo, no Quinto Império, cantado também por Fernando Pessoa. Ouçamos o escritor declamar um trecho de um poema, incluso em A Pedra do Reino: um cavaleiro fiel busca o rei desaparecido no deserto...
Ariano Suassuna não escondia suas antipatias. Uma delas, fortíssima, pela caricatura do sotaque nordestino que se ouve de vez em quando em programas de televisão. E ele dizia:
Entre as posturas mais firmes do escritor estava a afirmação da existência de uma natureza cultural e anímica profunda no Brasil – em todo o Brasil, mesmo onde menos se esperaria.
Ariano foi chamado, por vezes, de profeta de uma nova cultura de raiz brasileira. Mas ele mesmo tratou de desmontar esse culto de personalidade, questionando a si mesmo, até em versos:
Ariano Suassuna se interessou profundamente por música, e foi o inspirador do Movimento Armorial: na música, como na literatura, buscou valorizar as raízes populares profundas do Brasil, desde o início de sua atividade intelectual.
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