Cotações de artistas defuntos em alta no mercado de arte
No RadioMetrópolis desta segunda-feira (21), a repórter Cirley Ribeiro falou da exposição Leonilson - verdades e mentiras (ouça aqui), que entra em cartaz amanhã na Galeria Superfície, nos Jardins, e está na capa dos cadernos de culrura dos principais jornais paulistanos.
Essa mostra antecipa em poucos dias uma volumosa retrospectiva da Pinacoteca dedicada ao artista, a terceira sobre sua obra desde a morte precoce, em 1993. As duas exibições dão idéia do valor que as obras de Leonilson alcançaram no mercado de arte... Após o seu falecimento.
Não é um fenômeno novo: há pouco tempo mostramos que as obras de Hudinilson Junior, hoje disputadas inclusive no circuito de arte estrangeiro, são, por assim dizer, ações em alta, embora em vida Hudinilson tenha sido olimpicamente ignorado pelos mesmos que hoje lhe fazem as loas, depois de terem comprado a bom preço o que agora querem vender pelos olhos da cara.
Leonilson não passou por tantas agruras quanto Hudinilson, mas a disputa por suas obras também se tornou muito mais intensa depois de sua morte. Na verdade começou antes mesmo disso: em 1983, quando era o cenógrafo e figurinista do espetáculo A Farra da Terra, do grupo carioca Asdrúbal Trouxe o Trombone, no SESC Fábrica da Pompeia. Nas oficinas da velha Fábrica, Leonilson criou desde a xilogravura de um aviãozinho, impressa nos programas do grupo e hoje uma raridade, até um enorme painel pintado, com uma baleia, que... Sumiu! Uma peça de ao menos 1,5 por 2,5 metros, que hoje detém um indefinível valor (mas alto, de qualquer forma), a depender de circunstância e comprador...
Triste, mas não novo. Pois com dois tipos chamados Vincent Van Gogh e Amedeo Modigliani não aconteceu nada tão diferente.
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