Seria a produção contemporânea "de transgressão" o novo cinema de regra?
Nesta terça-feira (16), o Centro Cultural São Paulo dá início a uma programação intitulada Extreme Cinema, que teria partido da idéia de um "cinema contemporâneo de transgressão". Há filmes inéditos, de títulos reveladores, a exemplo de um Eu vi o Diabo e outros já notórios, como o AntiCristo de Lars Von Trier.
Já no RadioMetrópolis de hoje perguntamos se, ao contrário de produções de "transgressão", esse não seria hoje o cinema de norma, de regra, na qual se incluiriam as prolongadas exibições de sexo explícito em filmes como Azul é a Cor Mais Quente, de Abdellatif Kechiche, e os dois Ninfomaníacas do mesmo Von Trier. É uma questão para a qual ouvimos recentemente a seguinte "explicação" de um crítico reconhecido, cujo nome fica aqui omitido, por amizade: "como existe uma onda de conservadorismo na sociedade em geral, os cineastas estão, na verdade, reagindo a essa tendência reacionária".
Uma conversa que soa como uma justificativa capenga, para não dizer pior. Ou será que nem sequer passa na antesala do cérebro de tais "paladinos" do anti-conservadorismo que essas cenas e esses temas hoje atraem enormes bilheterias?
Sem mencionar que, diante do espetáculo diário oferecido à vista d’olhos na internet, nas bancas de jornais, nas novelas, nos teatros e cinemas, sem excluir os espetáculos paralelos nas plateias, falar de "onda de conservadorismo" é, novamente para dizer o mínimo, duvidoso. Porém, e aí sim sem dúvida alguma, é lucrativo para alguns, em todos os sentidos que os bons negócios possam ter.
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