Das criações que nos impõem o silêncio imensurável
A soprano norte-americana Jessye Mae Norman (Foto: bz-berlin.de)
Às vezes esses Pós-escritos não podem deixar de ser uma brevíssima nota ao pé da página. É inevitável. Uma forma sintética de dizer. Uma forma de fazer (um estilo, como diria Bukowski).
O de hoje vai todo para a última peça musical do programa: o spiritual "There is a Balm in Gilead", pelas vozes de Kathleen Battle e Jessye Norman. Depois de ouvi-lo, o que dizer? É música que leva ao silêncio. E isso me lembra, sim, isso me lembra: o dia que vi Ran, de Kurosawa – releitura por sua vez do Lear, de Shakespeare. Saí do cinema, encostei num carro, e fiquei meia hora sem dizer uma palavra, só digerindo tanto. É a inultrapassável beleza. "There is a Balm in Gilead".
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