As palavras visionárias e messiânicas de William Blake presentes no poema Jerusalém alcançaram tal potência que quase todo leitor de língua inglesa conhece sua força e majestade.
Um dos mais célebres poemas de William Blake é Jerusalém, no qual as palavras visionárias e messiânicas do poeta alcançaram tal potência que quase todo leitor de língua inglesa conhece sua força e majestade. Não admira que o poema tenha sido musicado por Hubert Parry, justamente nos anos mais lutuosos da Primeira Guerra Mundial, e que tenha se tornado um hino de igrejas anglicanas e um hit de concertos. Em 1922 foi re-arranjado por Edward Elgar, hoje em dia é cantado todo ano na última noite do Festival Proms, ganhou versão lisérgica do grupo de rock progressivo Emerson, Lake and Palmer e outras dos Waterboys, de Jeff Beck, do U2, foi ouvido no casamento do Príncipe William, inspirou o título do filme Chariots of Fire. Vamos ouvir, em tradução deste apresentador, Jerusalem de William Blake.
William Blake
Jerusalém
tradução Fabio Malavoglia
Jerusalem
And did those feet in ancient time
Walk upon England's mountains green:
And was the holy Lamb of God,
On England's pleasant pastures seen!
And did the Countenance Divine,
Shine forth upon our clouded hills?
And was Jerusalem builded here,
Among these dark Satanic Mills?
Bring me my Bow of burning gold;
Bring me my Arrows of desire:
Bring me my Spear: O clouds unfold!
Bring me my Chariot of fire!
I will not cease from Mental Fight,
Nor shall my Sword sleep in my hand:
Till we have built Jerusalem,
In England's green & pleasant Land
Jerusalém
Tais pés tocaram num tempo antigo
a verde relva dos montes ingleses:
e foi Cordeiro de Deus santo visto
em doces prados dessa terra às vezes!
E o Semblante do Divino Amém
luziu acima de nuvens e colinas?
E aqui erguida foi Jerusalém
em meio a estas Satânicas Usinas?
Tragam-me o Arco de ouro chamejante;
Tragam-me as Flechas desse meu desejo:
Tragam-me a Lança; Ó nuvem desencante!
Tragam-me o Coche de Fogo que almejo!
Não terei trégua no Combate Espiritual
E nem a Espada que à mão se aferra
Até que enfim Jerusalém se erga
Na verde e doce pátria da Inglaterra
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