Umberto Saba (1883 – 1957)
Poeta, prosador, autor de aforismos, o italiano Umberto Saba começou a publicar seus versos em 1911. Era natural de Trieste, cidade que na época fazia parte do Império Austro-Húngaro, embora fosse historicamente território venêto. A disputa pelo domínio da região foi uma das causas da entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial, durante a qual Saba serviu nas forças armadas italianas, sem porém ter combatido no front. No fim da guerra suas crises se depressão se aguçaram e o levaram a uma primeira internação. Assim, as décadas de 1920 e 30 foram difíceis, do ponto de vista subjetivo, mas produtivas literariamente. Em 1938 porém, com a promulgação das leis raciais, Saba, que tinha antepassados judeus, fugiu inicialmente para Paris para logo voltar à Itália, onde seu amigo, o poeta Giuseppe Ungaretti, tentou em vão ajuda-lo. A partir de setembro de 1943 teve de se esconder em Florença onde outro grande poeta italiano, Eugenio Montale, arriscava a própria vida para visitá-lo diariamente. Passada a Segunda Guerra, sua poesia foi reconhecida e na década de 1950, nos últimos anos de vida, ele foi visto como uma das vozes mais respeitadas da literatura italiana. Vamos conhecer um pouco da visão que Umberto Saba tinha dos poetas ouvindo, em tradução deste apresentador, os versos aos quais deu justamente o nome de O poeta.
Umberto Saba
O poeta
Tradução de Fabio Malavoglia
Il poeta
Il poeta ha le sue giornate
contate,
come tutti gli uomini; ma quanto,
quanto variate!
L’ore del giorno e le quattro stagioni,
un po’ meno di sole o più di vento,
sono lo svago e l’accompagnamento
sempre diverso per le sue passioni
sempre le stesse; ed il tempo che fa
quando si leva, è il grande avvenimento
del giorno, la sua gioia appena desto.
Sovra ogni aspetto lo rallegra questo
d’avverse luci, le belle giornate
movimentate
come la folla in una lunga istoria,
dove azzurro e tempesta poco dura,
e si alternano messi di sventura
e di vittoria.
Con un rosso di sera fa ritorno,
e con le nubi cangia di colore
la sua felicità,
se non cangia il suo cuore.
Il poeta ha le sue giornate
contate,
come tutti gli uomini;ma quanto,
quanto beate!
O poeta
O poeta tem as suas jornadas
contadas,
como todos os homens; mas como,
como são variadas!
As horas do dia e as quatro estações,
pouco menos de sol ou mais vento,
são distração e acompanhamento
sempre diverso para suas paixões
sempre as mesmas; e o tempo que faz
quando acorda, é o grande acontecimento
do dia, seu júbilo tão logo desperto.
Acima de tudo alegra-o isto decerto
das várias luzes, as belas jornadas
movimentadas
como multidão de longa história,
onde o azul e a tormenta logo passa,
e alternam-se ceifas de desgraça
e de vitória.
Com o rosa do ocaso ele retorna,
a nuvens muda a coloração
de sua felicidade,
se não muda o seu coração.
O poeta tem as jornadas
contadas,
como todos os homens; mas como,
como são abençoadas!
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