Rui Knopfli (1932 - 1997)
Apesar da demora a obra do poeta Rui Knopfli vai, aos poucos, sendo mais reconhecida fora do âmbito estreito dos que o leram ainda em vida. No fim de 2017 duas antologias foram publicadas em Portugal, Nada Tem Já Encanto, da editora Tinta-da-China, e Uso particular, pelo selo Do Lado. Em destaque, nas duas coletâneas, o exílio, como marca da vida e da poética do autor, que saiu do Moçambique natal em 1975 para nunca mais voltar. A este degredo físico somou-se seu “exílio existencial”, isto é, a sensação de perda do paraíso da infância, lugar da única felicidade possível. De todo modo, antecipando-se à lenta difusão de seus versos, o próprio Rui Knopfli meditou sobre o futuro de sua obra , como podemos ouvir no poema Posteridade.
Rui Knopfli
Posteridade
Um dia eu, que passei metade
da vida voando como passageiro,
tomarei lugar na carlinga
de um monomotor ligeiro
e subirei alto, bem alto,
até desaparecer para além
da última nuvem. Os jornais dirão:
Cansado da terra poeta
fugiu para o céu. E não
voltarei de facto. Serei lembrado
instantes por minha família,
meus amigos, alguma mulher
que amei verdadeiramente
e meus trinta leitores. Então
meu nome começará aparecendo
nas selectas e, para tédio
de mestres e meninos, far-se-ão
edições escolares de meus livros.
Nessa altura estarei esquecido.
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