Raimundo Correia (1859 – 1911)
O poeta parnasiano Raimundo Correia e seus parceiros estéticos, se podemos chama-los assim, foram estudados, entre outros, pelo crítico português Duarte de Montalegre, que escreveu: “(...) o parnasiano é um sensual; a sua atitude poética perante o mundo limita-se a uma vivência de plasticidades, de harmonias, de cores”. Em outras palavras, os poetas do Parnaso, ao rejeitarem o idealismo romântico, olham para o mundo dos fenômenos sensíveis. E nessa sensualidade ou, melhor dizendo, nessa “sensorialidade”, a percepção visual é muito importante, tanto que os poemas parnasianos amiúde eram chamados “quadros” ou “cromos”. Devido a essa ênfase visual a vertente erótica dessa poesia no Brasil revela um certo voyeurismo, não só pelas constantes descrições do corpo feminino, como também por colocar em cena a própria situação do voyeur, que goza da intimidade de seu objeto de desejo. Ouça-se, como exemplo do que foi dito aqui o soneto de Raimundo Correia intitulado Plena Nudez.
Raimundo Correia
Plena Nudez
Eu amo os gregos tipos de escultura:
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Não essas produções que a estufa escura
Das modas cria, tortas e enfezadas.
Quero um pleno esplendor, viço e frescura
Os corpos nus; as linhas onduladas
Livres: de carne exuberante e pura
Todas as saliências destacadas...
Não quero, a Vênus opulenta e bela
De luxuriantes formas, entrevê-la
De transparente túnica através:
Quero vê-la, sem pejo, sem receios,
Os braços nus, o dorso nu, os seios
Nus... toda nua, da cabeça aos pés!
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