Rabindranath Tagore foi o primeiro escritor de fora da Europa a ganhar o Nobel de Literatura
A ampla repercussão dos versos do poeta indiano Rabindranath Tagore, primeiro escritor de fora da Europa a ganhar o Nobel de Literatura, em 1913, deve-se, ao menos em parte, à ponte que o próprio autor construiu com o mundo anglófilo. Não apenas por Tagore ter nascido na Índia quando o país era ainda uma colônia britânica, mas também por ter estudado na Inglaterra, a partir de 1877, onde se dedicou, por exemplo, à leitura das tragédias de Shakespeare. Ao voltar para a Índia, em 1880, Tagore estava decidido a fundir as tradições brahmanicas de sua primeira formação com as inovações estilísticas da modernidade europeia. Esta busca o levou a inúmeras viagens e conferências, em mais de trinta países, entre o último quartel do século XIX e princípios da década de 1930. Desde 1912 ele traduzia seus poemas para o inglês, atraindo a atenção de literatos como William Butler Yeats ou Ezra Pound: os leitores ocidentais, de fato, se encantaram com sua fusão de formas clássicas da poesia religiosa, especialmente os versos dos Upanishads e de Kabir, com modos cômicos, visionários ou extáticos. Os temas, amiúde, focavam o drama da vida humana, como no poema que ouviremos a seguir, Tempo Infinito, onde Tagore se debruça sobre enigma da finitude e a urgência de se voltar para aquilo que é eterno. A tradução é deste apresentador, sobre a versão inglesa do próprio Tagore.
Rabindranath Tagore
Tempo Infinito
tradução de Fabio Malavoglia
Endless Time
Time is endless in thy hands, my lord.
There is none to count thy minutes.
Days and nights pass and ages bloom and fade like flowers.
Thou knowest how to wait.
Thy centuries follow each other perfecting a small wild flower.
We have no time to lose,
and having no time we must scramble for a chance.
We are too poor to be late.
And thus it is that time goes by
while I give it to every querulous man who claims it,
and thine altar is empty of all offerings to the last.
At the end of the day I hasten in fear lest thy gate be shut;
but I find that yet there is time.
Tempo Infinito
É infinito o tempo em tuas mãos, meu Senhor.
Ninguém há que conte teus momentos.
Passam dias e noites e eras se abrem e murcham como flores.
Tu sabes como esperar.
Teus séculos sucessivos sublimam uma perfeita pura flor.
Nós não temos tempo a perder,
E sem tal tempo temos de disputar uma chance.
Tendo tão pouco para o atraso.
E é assim que esse tempo passa
Enquanto o concedo a qualquer queixoso que o reclame,
E teu altar fica nu de ofertas até o fim.
Ao fim do dia me apresso no medo de encontrar teu portão fechado;
Mas eu acho que ainda há tempo.
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