A fama alcançada pelos versos do poeta indiano Rabindranath Tagore fora de seu país é devedora
A fama alcançada pelos versos do poeta indiano Rabindranath Tagore fora de seu país é devedora, sem dúvida, à proximidade entre o autor e a língua inglesa, pois ele mesmo traduziu boa parte do que escreveu originalmente em língua bengali, mas sobretudo esta fama é tributária do frescor espiritual que Tagore mostrou a um Ocidente desencantado, onde germinavam e finalmente se concretizaram os pesadelos das duas Guerras Mundiais. Apesar de Tagore ter fundido sua tradição literária com formas ocidentais, sua fonte fundamental de inspiração sempre foi a sabedoria ancestral da Índia, e na verdade de todo o mundo, como podemos ouvir no poema Closed Path, aqui traduzido porA Via Oclusa, escrito nos seus derradeiros anos de vida. O poema é uma metáfora sobre sua própria vida e morte. A primeira estrofe fala da aproximação da morte, do esgotamento de todas as energias, mas também de um refúgio, oculto em sombras silenciosas. A segunda estrofe, porém, é a decisiva, plena de esperança, pois fala de um novo verbo, que vem à luz no momento em que as “velhas palavras morrerem”, e de uma nova terra, que a intuição do poeta vislumbra, vagamente, além do fim das trilhas conhecidas, tão pisadas. Ouçamos então a tradução, feita sobre a versão inglesa do próprio Tagore, dos versos de A Via Oclusa.
Rabindranath Tagore
A Via Oclusa
tradução de Fabio Malavoglia
Closed Path
I thought that my voyage had come to its end
at the last limit of my power,---that the path before me was closed,
that provisions were exhausted
and the time come to take shelter in a silent obscurity.
But I find that thy will knows no end in me.
And when old words die out on the tongue,
new melodies break forth from the heart;
and where the old tracks are lost,
new country is revealed with its wonders.
A Via Oclusa
Penso eu que chegou ao fim a minha viagem
ao último limite do que pude – pois adiante está a via oclusa,
pois os mantimentos se exauriram,
pois chegou o tempo de buscar refúgio nas silentes sombras.
Mas creio que tu não conhecerás fim em mim.
E quando velhas palavras morrerem na língua,
novas melodias brotarão à frente no coração;
e onde as velhas trilhas se perderem,
uma nova terra se revelará com as suas maravilhas.
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