Exatamente há cento e cinquenta anos, em 16 de dezembro de 1865, nascia Olavo Bilac, destinado a inscrever seu nome na história da poesia brasileira.
Exatamente há cento e cinquenta anos, em 16 de dezembro de 1865, nascia Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, destinado a inscrever seu nome na história da poesia brasileira. Como já dito aqui, o rótulo de “poeta parnasiano” diz quase nada a respeito dele, pois embora útil, para fins didáticos, deixa em aberto o essencial, a saber: tratava-se de fato de um poeta? Reverberava nele o ouro e a escuridão do verso? Estava e segue viva a sua escrita? Para responder é preciso ouvi-lo, despidos de preconceito. Mas há pistas estão consolidadas: Língua Portuguesa, que lemos na segunda feira, é fora de dúvida um grande soneto e um grande momento. E o fato da expressão “última flor do Lácio” ter se tornado célebre não é acaso, mas sim confirmação. O mesmo pode ser dito do mais famoso de seus sonetos, que está no livro Via Láctea, com seu verso inicial – o “Ora direis ouvir estrelas” –ensinado a todos os ginasianos do Brasil, e também não por acaso. Porém os versos famosos, em geral, são recordados em detrimento do poema inteiro, amiúde esquecido. Neste sesquicentenário de Bilac leiamos e ouçamos então, na sua inteireza, o décimo terceiro soneto do livro Via Láctea.
Olavo Bilac
Via Láctea (soneto XIII)
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora! “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
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