Odes de Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa: 1888 – 1935)
As Odes de Ricardo Reis, um dos heterônimos do poeta português Fernando Pessoa, apesar de expressarem, por sentimento e forma, uma diferença abismal de sensibilidades e técnicas em relação às estéticas literárias do início do século XX, fascinaram – paradoxalmente – muitos leitores modernos. É estranho, porque são poemas calcados no modelo das odes do poeta latino Horácio, a ponto de Fernando Pessoa ter anotado que Reis seria “o Horácio grego que escreve em português”. Suas ideias, e o modo de dizê-las, provem daquilo que alguém chamou de “um epicurismo triste”, isto é, a intenção de gozar a existência, o tempo dado, o vinho desta hora, mas sem perder de vista a inescapável fatalidade da vida humana. A ode de Ricardo Reis a seguir é um exemplo deste tom. Começa com as palavras... Não consentem...
Odes de Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa)
Não consentem...
Não consentem os deuses mais que a vida.
Tudo pois refusemos, que nos alce
A irrespiráveis píncaros,
Perenes sem ter flores.
Só de aceitar tenhamos a ciência,
E, enquanto bate o sangue em nossas fontes,
Nem se engelha connosco
O mesmo amor, duremos,
Como vidros, às luzes transparentes
E deixando escorrer a chuva triste,
Só mornos ao sol quente,
E reflectindo um pouco.
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