O poema No Aspro de Manoel de Barros pode ser entendido como um resumo do programa poético de seu autor ou, se preferirem, um manifesto.
O poema No Aspro de Manoel de Barros pode ser entendido como um resumo do programa poético de seu autor ou, se preferirem, um manifesto. Em forma lírica os versos desfiam as metas às quais Manoel de Barros dedicou seu ofício: o despojamento de ornatos decorativos, a ausência de adjetivações, a repulsa da solenidade, a integração na Natureza sentida como poesia perfeita. A simplicidade é congênita a tal escrita, por um lado, mas só aparente por outro, pois sua realização implica um prolongado processo de redução, um esforço no qual se ausentar é, por assim dizer, permitir o poema. Confirmemos esse quadro ouvindo, de Manoel de Barros, os versos de No Aspro.
Manoel de Barros
No Aspro
Queria a palavra sem alamares, sem
cantilenas, sem suspensórios, sem
talabartes, sem paramentos, sem diademas,
sem ademanes, sem colarinho.
Eu queria a palavra limpa de solene.
Limpa de soberba, limpa de melenas.
Eu queria ficar mais porcaria nas palavras.
Eu não queria colher nenhum pendão com elas.
Queria ser apenas relativo de águas.
Queria ser admirado pelos pássaros.
Eu queria sempre a palavra no áspero dela.
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