A estrofe que leremos deixa entrever certa amargura de Camões – que tinha noção de seu valor como poeta e como soldado – pelo fraco eco que sua obra obteve, a princípio, em Portugal.
Embora o poema épico Os Lusíadas seja considerado o consolidador da Língua Portuguesa enquanto idioma independente, a motivação de Luís de Camões não foi somente patriótica e literária. De família pobre, dado à vida boêmia e a arruaças, o poeta deve ter visto na vida militar a possibilidade de ascender sociualmente. O fato é que se alistou e serviu por 17 anos nas colônias portuguesas de Goa, Macau e Mocambique, onde teria escrito boa parte d’ Os Lusíadas. Apresentou por fim seu poema na corte, diante do jovem rei Dom Sebastião, obtendo uma pequena pensão, por três anos. Apesar disso, a fase final de sua vida foi de miséria. A estrofe que leremos alude um pouco a essas dificuldades, e deixa entrever certa amargura de Camões – que tinha noção de seu valor como poeta e como soldado – pelo fraco eco que sua obra obteve, a princípio, em Portugal. Os versos estão no Canto IX d’Os Lusíadas e a estrofe é a de número 93.
Luiz Vaz de Camões
Os Lusíadas, Canto IX, estrofe 93
E ponde na cobiça um freio duro,
E na ambição também, que indignamente
Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
Vício da tirania infame e urgente;
Porque essas honras vãs, esse ouro puro
Verdadeiro valor não dão à gente:
Melhor é merecê-los sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.
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