O amor e o erotismo foram para Juan Ramon Jimenez temas centrais de toda a vida.
O amor e o erotismo foram, para o poeta andaluz Juan Ramon Jimenez, temas centrais de toda a vida. Na juventude, o poeta foi um autêntico don Juan mas a partir de seu casamento com Zenóbia Aymar, em 1915, será ela sua musa eleita. A morte da esposa, em 1956, apenas três dias depois do poeta saber que ganhara o Nobel de Literatura, foi destrutiva para Jimenez, que morreria dois anos depois. Seu erotismo, amiúde de tom surrealista, pode ser desfrurtado no poema que leremos a seguir, em tradução deste apresentador, intitulado Senhor, matai-me, se o quereis...
Juan Ramón Jimenez
Senhor, matai-me, se o quereis...
Tradução de Fabio Malavoglia
Señor, matadme, si queréis...
Señor, matadme, si queréis...
¡Pero, Señor, no me matéis!
¡Oh, Señor!, por el sol sonoro,
por la mariposa de oro,
por la rosa y por el lucero,
por los vilanos del sendero,
por el trino del ruiseñor,
por los naranjales en flor,
por la perlería del río,
por el dulce pinar umbrío,
por los suaves labios rojos
de ella, y por sus grandes ojos;
¡Señor, Señor, no me matéis!
Pero, matadme, si queréis...
Senhor, matai-me, se o quereis...
Senhor, matai-me, se o quereis...
Porém, Senhor, não me mateis!
Oh, Senhor!, pelo sonoro sol,
pela mariposa e o rouxinol,
pela rosa e o firmamento,
pelo atalho dos barrentos,
pelo pio do pássaro cantor,
pelos laranjais em flor,
pelo perolado do rio,
pelo doce pinhal sombrio,
pelos suaves lábios intensos
dela, e por seus olhos imensos;
Senhor, Senhor, não me mateis!
Porém, matai-me, se o quereis...
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