O maior desejo da poeta paulista Hilda Hilst era ser lida em vida. Este desejo, porém, só foi plenamente satisfeito após sua morte, em 2004.
A poeta paulista Hilda Hilst, passou a ser publicada a partir da segunda metade do século XX e sempre quis, acima de tudo, ser lida em vida. Este desejo, porém, só foi plenamente satisfeito após sua morte, em 2004. A Ocupação Hilda Hilst, do Itaú Cultural, entre 28 de fevereiro e 21 de abril de 2015, está entre as maiores homenagens já feitas à obra e à vida dessa mulher que almejou entregar-se inteira à poesia. Meta explícita, que se lê no segundo poema de sua série Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé.
Hilda Hilst
Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé – II
Porque tu sabes que é de poesia
Minha vida secreta. Tu sabes, Dionísio,
Que a teu lado te amando,
Antes de ser mulher sou inteira poeta.
E que o teu corpo existe porque o meu
Sempre existiu cantando. Meu corpo, Dionísio,
É que move o grande corpo teu
Ainda que tu me vejas extrema e suplicante
Quando amanhece e me dizes adeus.
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