Henriqueta Lisboa (1901 - 1985)
Poeta e tradutora, Henriqueta Lisboa nasceu em 1901, isto é, no mesmo ano de Murilo Mendes e Cecília Meireles e um ano antes de Carlos Drummond de Andrade. O primeiro livro, Fogo Fátuo, é de 1925. Seus versos ganharam o favor de críticos como Sérgio Buarque de Hollanda e Otto Maria Carpeaux e de outros poetas, como Mario de Andrade, Manuel Bandeira e o próprio Drummond. Em geral ofuscada pela contemporânea Cecília Meireles, Henriqueta Lisboa também foi pioneira da poesia para crianças. Seus livros A face lívida, de 1945, e Flor da Morte, de 49, são amiúde lembrados, mas a obra final, por volta das décadas de 1960 e 70, é composta por um lirismo material que de certo modo antecipa Hilda Hilst e Orides Fontela. Neste sentido merecem destaque os poemas minimalistas reunidos em livros como Além da Imagem, de 1963, e Reverberações, de 1976. Mas desde cedo a poeta descobre soluções felizes, como as palavras que ao final de certos versos são divididas por hífen para continuarem na linha de baixo e das rimas que Henriqueta Lisboa monta com estas “semi-palavras”, por assim dizer. Ouçamos, como exemplo, o poema Serena, de seu livro de 1936, Velário.
Henriqueta Lisboa
Serena
Essa ternura grave
que me ensina a sofrer
em silêncio, na suavi-
dade do entardecer,
menos que pluma de ave
pesa sobre meu ser.
E só assim, na levi-
tação da hora alta e fria,
porque a noite me leve,
sorvo, pura, a alegria,
que outrora, por mais breve,
de emoção me feria.
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