A poesia a seguir não é, a rigor, um hai-kai já que se compõe de apenas dois versos, mas, segundo seu autor, ela “guarda semelhança” com o hai-kai
A poesia do norte-americano Ezra Pound que leremos a seguir não é, a rigor, um hai-kai já que se compõe de apenas dois, e não de três versos, como exige a forma clássica da criação poética japonesa. Mas, segundo seu autor, ela “guarda semelhança” com o hai kai. É o próprio Pound quem conta que certa vez, em 1911, ao descer do metrô, em Paris, viu de súbito um belo rosto, e outro, e outro mais. Ele buscou por dias um modo de exprimir o significado que aquilo tivera para ele. E certa noite, de repente, topou com a resposta, ao recordar a cena como inesperados borrões coloridos. Nos versos, ele associou isso a uma imagem: as pétalas de flores num ramo. Pound ainda diz que os japoneses compreenderam a beleza desse tipo de conhecimento, que é mais imagem do que lirismo, e assim aprimoraram o hai-kai. Ele cita o famoso exemplo: “A flor que caiu / alça vôo de volta ao ramo: / uma borboleta”. Pound nota que nessas poesias o que acontece é que uma imagem é colocada no ponto culminante de outra imagem. Vejamos então como ele usou esta compreensão ouvindo as duas linhas de seu poema Numa estação de Metrô.
Ezra Pound
Numa Estação de Metrô
tradução de Fabio Malavoglia
In a station of the Metro |
Numa estação de Metrô |
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