Giovanni Papini (1881 – 1956)
O jornalista, crítico, romancista e poeta Giovanni Papini foi uma das mais veementes e controvertidas figuras da literatura italiana na primeira metade do século XX. Tornou-se influente, primeiro como um iconoclasta vigoroso, seja como editor, seja como autor; depois como um dos líderes do Futurismo italiano e, finalmente, como uma fervorosa voz de fé cristã e católica. Desde 1903, ano em que fundou a influente revista literária Leonardo, em Florença, seu nome circulou pelos meios artísticos. Nessa época escreveu violentos textos anti-tradicionais onde expressou seu desencanto com as antigas filosofias e ideologias. Esse movimento desembocou na adesão de Papini ao Futurismo e na fundação de outro periódico florentino em 1913, Lacerba. Oito anos depois, passados os tempos difíceis da Primeira Guerra Mundial, o escritor anunciou ter se convertido à fé cristã e escreveu uma Vida de Cristo inspirada tanto nos Evangelhos canônicos quanto nos apócrifos, livro que tornou-se um sucesso internacional. A obra completa de Giovani Papini é volumosa e abrange, além dos volumes de poesia, textos em prosa, crítica e filosofia da literatura, ensaios sobre Dante e Michelangelo, resenhas de escritores e artistas italianos e estrangeiros, livros sobre Cristo e vários santos, testemunhos e polêmicas religiosas, prosas morais, trabalhos sobre política, biografias e autobiografias, ensaios culturais e várias publicações póstumas. Ouçamos em tradução deste apresentador o poema Faz-me voltar à infância.
Giovanni Papini
Faz-me voltar à infância
Tradução de Fabio Malavoglia
Fammi tornar bambino
Nella concavità delle valli benedette passan fiumi dorati tra vinchi e violette;
le piante rabbellite di petali e d’uccelli offron disegni d’ombre ai giochi degli agnelli;
le belle foglie nuove dell’erbe prataiole sembrano lingue verdi che assaporano il sole.
Pastori senza greggi, branchi senza pastori si stendono felici sui primaticci fiori, e due bovi incantati alla metà del solco ascoltan, bianchi e fermi, il canto del bifolco.
L’aria giovane tesa sopra i colli celesti illumina di pace gli spartimenti agresti.
O santità perduta del mio cielo infantile, oggi recuperata nella luce d’aprile, fammi tornar fanciullo in valle di riposo quando tutto era sacro, puro e miracoloso;
fammi tornar bambino, quando tutto era mio ciò che alla dolce terra ha regalato Iddio!
Faz-me voltar à infância
Nas conchas dos vales abençoados por vincos e violetas, rios dourados;
e plantas ornadas de pássaros e pétalas em jogos de cordeiros desenham sombras lépidas;
as belas folhas novas das ervas pelos prados parecem línguas verdes num sol saboreado.
Pastores sem manadas, rebanhos sem pastores Deitados e felizes sobre primícias de flores, e o par de bois detém a lavra em matrimônio e ouve, claro e imóvel, o canto do campônio.
O ar jovem aberto sobre as colinas celestes ilumina de paz estas paisagens agrestes.
Ó santidade perdida do meu céu infantil, hoje recuperada nestas luzes de abril, faz-me voltar à infância no vale do repouso quando tudo era sagrado, puro, miraculoso;
faz-me voltar à infância, quando eram meus todos os dons que à doce terra ofertou Deus!
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