Eugenio Montale (1896 – 1981)
O poeta contemporâneo brasileiro Maurício De Macedo, uma das vozes mais atentas e produtivas de nossa literatura atual, sugere que ao lado dos versos de Papini e Saba, lidos aqui esta semana, leiamos também outros poetas italiano, notadamente Quasimodo e Montale. Na carona desta ideia vamos ouvir a seguir alguns versos de Eugênio Montale, Prêmio Nobel de Literatura de 1975. É uma das pérolas de seu livro Ossos de Sépia, de 1925, um dos maiores sucessos literários da península no Século XX. Sua escrita, gira em torno da impossibilidade de uma resposta poética à existência, como pode-se perceber desde os primeiros versos, datados de 1916. Mas por baixo desta modéstia de metas, e de uma aparente simplicidade, as palavras do poeta ocultam a notável economia de meios, a forma desbastada até a limpidez e, no caso do poema que leremos, o mistério quase sempre colocado na última estrofe . Os versos que ouviremos, em tradução deste apresentador, levam por título No muro grifado...
Eugenio Montale No muro grifado...
Tradução de Fabio Malavoglia
Sul muro grafito...
Sul muro grafito
che adombra i sedili rari
l'arco del cielo appare
finito.
Chi si ricorda più del fuoco ch'arse
impetuoso
nelle vene del mondo; in un riposo
freddo le forme, opache, sono sparse.
Rivedrò domani le banchine
se la muraglia e l'usata strada
nel futuro che s'apre le mattine
sono ancorate come barche in rada.
No muro grifado...
No muro grifado
que é sombra de raros assentos
o arco do céu assoma
acabado.
Quem se recorda do fogo ardente
impetuoso
nas veias do mundo; um repouso
frio de formas, opacas, se estende.
Reverei a doca amanhã
e a muralha e a rua costumeira.
No futuro que chega as manhãs
ainda são como barcos na beira.
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