Vamos ler o texto de uma canzone da Condessa de Diá, que foi trobairitz, isto é, uma trovadora provençal do século XII.
Vamos ler o texto de uma canzone da Condessa de Diá, que foi trobairitz, isto é, uma trovadora provençal do século XII. Era uma aristocrata: filha do Conde Isoardo II, de Dié, cidade da Provença, foi depois casada com Guilem de Poitiers, conde de Viennois. Chamava-se provavelmente Beatriz ou Isoarda. Sua obra mais famosa tira o nome do primeiro verso A chantar m'er de so qu'eu no volria e é a única peça trovadoresca feminina cuja música chegou a nós. Nela, como nas outras canções, canta o amor clandestino pelo trovador Raimbaud d’Orange, que segundo várias fontes a teria posteriormente traído. Ouçamos a seguir, em tradução de Guilherme Gontijo Flores o texto de outra canção, Estai ai em greu cossirier, aqui vertido para Tenho sofrido uma aflição.
Condessa de Diá
Tenho sofrido uma aflição
tradução de Guilherme Gontijo Flores
Estat ai en greu cossirier
Estat ai en greu cossirier
per un cavallier q’ ai agut,
e voill sia totz temps saubut
cum eu l’ai amat a sobrier;
ara vei q’ieu sui trahida
car eu non li donei m’amor.
don ai estat en gran error
en lieig e qand sui vestida.
Ben volria mon cavallier
tener un ser e mos bratz nut,
q’el s’en tengra per ereubut
sol q’a lui fezes cosseiller;
car plus m’en sui abellida
no fetz Floris de Blachaflor:
eu l'autre mon cor e m’amor
mon sen, mos huoills e ma vida.
Bels amics, avinens e bos,
cora’us tenrai e mon poder?
e que jagues ab vos un ser
e qe•us des un bais amoros!
Sapchatz, gran talan n’auria
qe•us tengues en luoc del marit,
ab so que m’aguessetz plevit
de far tot so qu’eu volria.
Tenho sofrido uma aflição
Tenho sofrido uma aflição
por cavaleiro que passou;
quero que saiba como estou
atribulada de paixão;
hoje sei que fui traída
por não ter dado o meu amor,
pois é meu erro e meu pudor
estar na cama vestida.
Queria ter ao rés do chão
o cavaleiro ainda nu,
ou que ele achasse mais azul
se transformar em meu colchão;
estou mais enlouquecida
do que Floris por Brancaflor:
eu dei meu peito e meu amor,
dei meu senso, olhar e vida.
Meu belo amigo encantador,
quando você será só meu?
Deitados na noite, no breu,
pra dar os beijos deste amor!
Você sabe: eu amaria
trocar meu homem por você,
e só precisa prometer
fazer tudo que eu queria.
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