Cassiano Ricardo (1895 – 1974)
A consciência da passagem do tempo se fez presente nos versos de Cassiano Ricardo ao longo de todas as estéticas atravessadas pelo poeta. No parnasiano livro de estreia, Dentro da Noite, de 1915, já escrevia no soneto Marcha Fúnebre: “lá vou eu conduzindo o enterro de mim mesmo”. Quando adotou o nacionalismo verde-amarelo de sua obra mais conhecida, Martim Cererê, em 1928, citou “a memória apagada”. O tema reapareceu em 1947 no título de um livro de transição, Um Dia Depois do Outro. E as poesias vanguardistas de obras como João Torto e a Fábula, de 1956, ou Montanha Russa e A Difícil Manhã (ambos de 1960) não fugiram ao enigma da passagem do tempo. Já lemos aqui um dos poemas lançados em 1960, Depois de Tudo, e agora ouviremos versos da coletânea de 1947, Um Dia Depois do Outro. O título é significativo, pois Cassiano Ricardo deu à poesia o nome de O relógio.
Cassiano Ricardo
O relógio
Diante de coisa tão doída
Conservemo-nos serenos
Cada minuto da vida
Nunca é mais, é sempre menos
Ser é apenas uma face
Do não ser, e não do ser
Desde o instante em que se nasce
Já se começa a morrer.
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