(século XVI)
Uma das diferenças entre as cantigas e os vilancetes do Cancioneiro de Paris – a coleção de poemas e partituras ibéricas do Século XVI, da École Nationale de Beaux-Arts da capital francesa – está nos números de versos do mote inicial. Quando são menos de quatro, trata-se de um vilancete, como este Nam m’espanto já de não que ouviremos a seguir. Além do texto original, composto pelo mote e uma estrofe, leremos também a “volta”, às vezes chamada “glosa”, isto é, uma estrofe adicional escrita por poeta posterior, que retoma o andamento e o verso final do mote. Neste caso a “volta” é moderna, pois foi escrita porFabio Vianna Peres, fundador e diretor do grupo de música historicamente informada Capela Ultramarina e autor das pesquisas para as gravações do álbum A Cantar uma Cantiga, que traz 15 poemas doCancioneiro de Paris, inclusive o vilancete Nam m’espanto já de não. Vamos ouvi-lo declamado, com a volta de Fábio Peres e, a seguir, a gravação da Capela Ultramarina.
Cantigas portuguesas do Cancioneiro de Paris (século XVI):
Nam m’espanto já de não
Nam m'espanto já de não,
porque si
nunca naceo pera mim.
Já me agora pesaria
d’algum si virdes mandado
por não vir acompanhado
dum mal que mais sentiria
responda-me cada dia
não por si
que não há mais pera mim
((volta de Fábio Vianna Peres))
Que do sim qu’eu bem queria,
foi o não que me foi dado,
pois que fora confiado,
que venturas bem teria,
e agora, já não há
este sim,
e só há não pera mim.
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