Caedmon (circa 657 – 684)
No dia 21 de março celebra-se, segundo um calendário estabelecido em 1999 pela UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o Dia Mundial da Poesia. Vamos então passear pela história dessa arte, ao menos no Ocidente. Já lemos aqui poetas gregos. Hoje falaremos de Caedmon, o primeiro poeta da antiga Inglaterra, que então se chamava Nortúmbria, cujo nome foi conservado. Viveu no século VII e o poeta argentino Jorge Luís Borges amava contar sua história, como lera nas crônicas de Beda, o Venerável: o futuro poeta cuidava dos animais no monastério onde era frade menor, e quando, nas festas, os irmãos cantavam acompanhando-se na harpa, ele saia, envergonhado. Era ignorante da “arte da canção”, como então se dizia. Numa dessas noites festivas, escondeu-se nos estábulos da abadia, adormeceu e teve um sonho. E no sonho um ancião lhe disse: “Canta-me alguma coisa”. Ele respondeu que não sabia fazê-lo e por isso deixara a festa. Mas o outro replicou: “Cantarás!”. E Cadmeon perguntou: “O que posso eu cantar?” E a resposta foi: “Canta-me a origem de todas as coisas”. E no restante de sua vida Caedmon cantou palavras que nunca escutara antes sobre a Criação do Mundo e do Homem, a história de Israel, o Exílio e o Êxodo do Egito, a Terra Prometida, a vinda e ressurreição do Cristo, o ensino dos Apóstolos, o Juízo Final, o Inferno e o Paraíso, e a Glória de Deus. Anos depois anunciou a hora de sua morte e a esperou dormindo. As poucas linhas do “Caedmon’s Hymn”, isto é, o Hino de Caedmon, escritas em honra de Deus e aqui vertidas, são as que ouviu no sonho inicial em que lhe veio a Graça e são também tudo que nos restou de sua obra, à parte a fama lendária. Vamos ouvi-las em nosso idioma // por uma ousadia de tradução da qual este apresentador pede aqui, antecipadamente, perdão ao bardo imortal...
Caedmon
Hino
Now [we] must honour
the guardian of heaven,
the might of the architect,
and his purpose,
the work of the father of glory
— as he, the eternal lord,
established
the beginning of wonders.
He, the holy creator,
first created heaven as a roof
for the children of men.
Then the guardian of mankind
the eternal lord,
the lord almighty
afterwards appointed
the middle earth,
the lands, for men.
-
Agora muito honramos
o guardião do paraíso,
o poder do Arquiteto,
e seu propósito,
a obra do Pai da Glória
— como Ele, o Senhor Eterno,
estabeleceu
a origem das maravilhas.
Ele, o Sagrado Criador,
primeiro fez do céu a cumeeira
para a infância dos homens.
E então o guardião das gerações,
o Senhor Eterno,
o Todo Poderoso,
após tudo nomeou
a Terra Média,
para lar dos homens.
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