As trovas galaico-portuguesas estão nas raízes da poesia ocidental e chegam, por vezes, a uma força de linguagem que, passados mais de sete séculos, preserva o vigor expressivo
As trovas galaico-portuguesas – e suas congêneres provençais – estão nas raízes da poesia ocidental e chegam, por vezes, a uma força de linguagem que, passados mais de sete séculos, preserva o vigor expressivo. É o caso dos versos que leremos, de Bernal de Bonaval, do qual sobreviveram 19 cantigas, 10 delas de amor e outras 9 de amigo.
Acredita-se que tenha nascido em Santiago de Campostela e que foi poeta das cortes castelhanas de Fernando III e Alfono X. Em 1266, em Villareal, foi repreendido pelo rei por não escrever à maneira provençal, mas talvez conforme ume estilo pré-trovadoresco. É possível que tivesse ligações com o monastério campostelano de Santo Domingo de Bonaval e que em suas cantigas se escondam, sob as aparências de tramas amorosas, alusões aos estudos monacais da Idade Média. Sintamos a intensidade de Bernal de Bonaval ouvindo sua cantiga A dona que eu am’e tenho.
Bernal de Bonaval: A dona que eu am’e tenho
A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte.
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