Morre em São Paulo o Príncipe dos Poetas
Paulo Bomfim em retrato de Anita Malfatti
Apaixonado por São Paulo, amigo dos modernistas, atleta e boêmio, morreu neste domingo (7), o poeta Paulo Bomfim, aos 92 anos. Aluno da São Francisco, decano da Academia Paulista de Letras, colaborador da Cultura FM, Bomfim apresentou até a última quinta-feira (4) o quadro semanal de crônicas “Passeios da Memória”. Ele estava internado há alguns dias na Beneficência Portuguesa e morreu em consequência de complicações de uma queda. O corpo de Paulo Bonfim foi velado no Palácio da Justiça e sepultado no Cemitério da Consolação nesta segunda (8).
Paulo Lébeis Bomfim começou a carreira jornalística em 1945 no Correio Paulistano, seguindo para o Diário de São Paulo, a convite de Assis Chateaubriand. Recebeu inúmeras premiações e reconhecimentos pela importância do trabalho literário.
O governador João Doria, lamentou, via Twitter, a morte de Paulo Bomfim e o chamou de "príncipe da poesia". Suas obras foram traduzidas para o inglês, o francês, o italiano e o castelhano.
Para o maestro Júlio Medaglia, Bomfim era um memorialista, conhecedor de muitas histórias e representava São Paulo tanto quanto Mário de Andrade e Oswald de Andrade. “São Paulo perde um pedaço de si”, destaca.
O presidente da Academia Paulista de Letras, José Renato Nalini, lamentou a perda do amigo. Segundo ele, além de poeta, escritor, cronista e historiador, Bomfim era um cidadão patriota. "Acima de tudo, um paulista orgulhoso da história de São Paulo, cuja família descendia dos Bandeirantes", destaca.
O “Príncipe dos Poetas” deixa um legado de 37 obras publicadas desde a década de 1940. O primeiro livro, “Antônio Triste”, de 1947, recebeu prefácio de Guilherme de Almeida, a quem Bomfim tinha muita consideração e apreço. A informação é de Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários, entre eles a Casa Guilherme de Almeida.
Ouça os depoimentos de Júlio Medaglia, José Renato Nalini e Marcelo Tápia concedidos a Cirley Ribeiro.
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