Criador genial na Broadway e no cinema, no jazz, na ópera e na música clássica
“Estou convencido de que o futuro da música deste país deve fundamentar-se nas melodias negras. Esta deve ser a base de qualquer escola de composição séria e original nos Estados Unidos [...] Nas melodias negras dos EUA há tudo que se necessita para um grande e nobre estilo de música: emotivas, delicadas, apaixonadas, melancólicas, solenes, religiosas, audazes, alegres, enfim tudo que se queira. É música adequada a qualquer estado d’alma ou propósito”. A afirmação do checo Antonin Dvorák foi feita nos EUA na década de 1890. Durante três anos, convidado por uma milionária local, deu aulas, compôs à americana (entre outros, um quarteto de cordas e a Sinfonia Novo Mundo) e mostrou aos norte-americanos como poderiam criar uma música com DNA próprio.
O curioso é que ele parece estar descrevendo, profeticamente, o caldeirão que constitui o universo musical de George Gershwin (1898-1937). Ele uniu contrários com extrema habilidade e originalidade. Injetou pitadas de jazz e música negra nos musicais da Broadway (e depois nos grandes filmes musicais da década de 30). Como Irving Berlin e outros pioneiros, partiu da herança das operetas vienenses para fixar o gênero do musical em definitivo como marca artística de seu país. De outro lado, escreveu a primeira ópera negra, “Porgy and Bess”, e alguns dos maiores sucessos sinfônicos e concertantes norte-americanos – casos da incrível “Rhapsody in Blue”, da suíte (ou seria poema sinfônico?) “Um americano em Paris” e do Concerto em fá.
Este gênio da música sem adjetivos nasceu de família judaica de origem russa no Brooklyn, em Nova York, em 25 de setembro de 1898. Trabalhou desde os 15 anos como pianista demonstrador em lojas de partituras de Manhattan. Não teve estudos formais regulares de música. Mas seus talentos múltiplos compensaram. Ao lado do irmão e letrista Ira, igualmente genial nos versos, criou centenas de canções clássicas e “standards” (temas sobre os quais os músicos de jazz adoram improvisar, assim como cantoras e cantores apaixonam-se e recriam a cada nova geração).
Morreu cedo demais, em 11 de julho de 1937, aos 38 anos. Durante este mês, no RádioMetrópolis e no Tarde Cultura, você vai conhecer as múltiplas facetas do seu talento por meio de notáveis performances, várias delas exclusivas da Cultura FM – ora em palco clássicos seletos, como a sala do Concertgebouw de Amsterdã e a orquestra da casa; ora com Fred Astaire acompanhado por Oscar Peterson, Ray Brown e outras feras do jazz; ou então com o pianista Keith Jarrett e a cantora-pianista Shirley Horn, dois fora-de-série do jazz moderno.
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