A praia de São Paulo era logo ali!
Logo depois do Natal os paulistanos dos anos 50 e 60 começavam a se mudar para a praia. Descer para Santos, era como as pessoas se referiam à viagem para o litoral. Mesmo que o destino não fosse exatamente a cidade de Santos.
No final do século 19 e início do século 20, quando o hábito de passar temporada na praia se disseminou, o destino mais comum era São Vicente ou Guarujá. A elite mais rica frequentava o Grande Hotel de La Plage na Praia de Pitangueiras. Os outros iam para as Praias de Itararé e Gonzaguinha, em São Vicente. O auge da temporada não era no verão, considerado muito quente e desconfortável. Os veranistas de São Paulo desciam mesmo era no inverno, principalmente em julho, para fugir do frio da cidade. Só mais recentemente principalmente depois da Segunda Guerra é que o verão se transformou no período mais frequentado.
Até os anos 50 as pessoas desciam de trem. Mas depois da inauguração da Via Anchieta os carros e os ônibus passaram a dominar. As famílias se instalavam na praia em janeiro e ficavam até o Carnaval.
Para quem descia de ônibus havia duas alternativas principais. O Expresso Brasileiro e a Viação Cometa. Ambos saiam da Praça Clóvis Bevilaqua. O Expresso, com seus ônibus verde e amarelos, saia da esquina da Rua Tabatinguera. O Cometa, prateado e azul, saia de uma agencia um pouco além, descendo a praça, próximo à Rua do Carmo. Os ônibus saiam continuamente, mas não havia tumulto. Um ou no máximo dois veículos paravam no ponto e os passageiros subiam calmamente, enquanto o motorista ia acomodando as malas no bagageiro. A viagem durava duas horas e uma vez no litoral, o motorista parava o ônibus onde o passageiro pedisse e se fosse caminho, até na porta da casa. A orla de Santos e São Vicente, mais ou menos desabitada fora da temporada, se enchia de famílias que forravam a praia com esteiras e guarda-sois.
Nesses tempos nem tão distantes, a praia era logo ali. Ir e voltar era muito simples e ninguém se preocupava com congestionamentos.
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