Um hospital que faz parte da história da cidade
Não há paulistano, jovem ou velho que não conheça a Santa Casa. É a mais antiga instituição privada de São Paulo em funcionamento ininterrupto. É quase tão antiga quanto a própria cidade. Embora não haja registros exatos, deve ter sido fundada por volta de 1560 e seguia a tradição portuguesa das irmandades de misericórdia, que desde 1498 se encarregavam da assistência aos pobres, aos velhos e aos doentes.
Pode-se dizer que sempre fez parte da cidade e durante a maior parte da sua história foi o único apoio com que podiam contar os mais necessitados. Os marcos da sua existência estão espalhados pela área central. O antigo Largo da Misericórdia, pequeno trecho entre a rua Direita e a Álvares Penteado, foi o local onde esteve a Igreja construída pela Irmandade em 1716 e demolida em 1886, para dar lugar a ampliação urbana.
A Irmandade também ocupou a Chácara dos Ingleses, na atual rua da Glória, que havia sido anteriormente residência da Marquesa de Santos. Depois transferiu-se para uma área na mesma rua onde hoje está o Colégio São José, desativado, construído em terreno que pertence a Irmandade até hoje. Em 1884, mudou-se para o local que ocupa atualmente, na rua Cesário Mota, em Santa Cecilia. O prédio, em estilo neogótico vitoriano, foi o maior e mais moderno hospital da cidade durante muito tempo. O projeto foi escolhido na presença do imperador Pedro II, durante sua visita à capital paulista em 1878, e foi inaugurado em 1884. A escola de medicina veio em 1922.
Foi na Santa Casa que grande parte das vítimas da Gripe Espanhola que assolou o mundo em 1918 foi atendida. Lá também receberam socorro os feridos durante a Revolução de 24, quando a cidade foi impiedosamente bombardeada pelas forças do Governo Federal durante quase um mês. Em 1932, no momento em que São Paulo se rebelou contra o governo Vargas, foi no prédio da rua Cesário Motta que grande parte dos feridos foram atendidos
Hoje São Paulo possui muitos grandes hospitais, públicos e privados. Mas nenhum deles é parte tão viva da história da cidade como a Santa Casa.
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