O Edifício Guinle brilha restaurado no centro da cidade.
Durante mais de três séculos a cidade de São Paulo repousou sossegada sobre a colina onde foi fundada. Os viajantes que chegavam à capital, em geral pela baixada do Tamanduateí, a viam de longe, dominada pelas torres das suas principais igrejas, a Sé, São Bento, Carmo e São Francisco.
Quando a cidade começou a crescer, iniciou-se um debate que marcou as primeiras duas décadas do século 20. Muitos consideravam que São Paulo, como as grandes cidades europeias, deveria ter um perfil de construções mais baixas e mais uniformes e que a paisagem urbana seria agredida por edifícios muito altos. Os atentos e dedicados funcionários municipais tinham como modelos, Paris e Londres, mas logo a influência de engenheiros e arquitetos formados nos Estados Unidos, iria se fazer sentir e pouco a pouco os edifícios mais altos tomariam conta da cidade.
Hoje como todos podem ver, os mais modernos venceram.
O primeiro arranha céu construído na cidade foi o Edifício Guinle. Logo depois da proclamação da República, a família Guinle se tornou concessionária do porto de Santos e enriqueceu extraordinariamente em poucos anos. Para estabelecer a sede de sua empresa em São Paulo, construiu em 1913 na rua Direita, um pouco adiante do largo da Sé, um impressionante prédio de concreto armado, um dos primeiros de São Paulo, no estilo do art-nouveau austríaco, com incríveis oito andares e mais de trinta e cinco metros de altura, três vezes mais alto do que qualquer outro existente na cidade. Não foi fácil construí-lo e durante muito tempo os técnicos da prefeitura criaram obstáculos para a licença de uma edificação tão destoante do resto da cidade. Mas o prédio foi inaugurado em 1913 e por muitos anos se destacou solitário muito acima das torres das igrejas.
Hoje o prédio ainda está lá, totalmente restaurado, brilhando como novo. Já não se sobressai como nos seus primeiros anos, superado por centenas de prédios muito maiores e mais altos. Mas permanece firme, ao contrário das torres das igrejas, suas vizinhas, que há muito desapareceram para dar lugar ao crescimento da cidade.
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