O renascimento do Carnaval de rua na cidade.
Durante muitos anos, o Corso da avenida Paulista foi um dos principais eventos do carnaval paulistano e reunia a elite mais endinheirada da cidade. Quando o corso na Avenida surgiu, havia poucos automóveis em São Paulo e só os filhos das famílias mais ricas desfilavam. No inicio do século passado todos os automóveis tinham o monograma do seu proprietário gravado na porta e eram tão poucos que qualquer um sabia a quem pertenciam.
Mas em poucos anos os automóveis se multiplicaram e o corso na Avenida Paulista cresceu proporcionalmente. Mas mesmo assim o desfile se mantinha ainda restrito àquilo que na época se chamava “a melhor sociedade” embora o número de participantes tenha aumentado muito não só porque havia mais automóveis circulando nas ruas, mas principalmente porque grupos de rapazes e muitas famílias alugavam veículos para a festa. Era praticamente impossível obter um taxi em São Paulo naquele período porque todos os veículos eram reservados com muita antecedência para o Carnaval. Além dos taxis, passaram a ser alugados também caminhões que eram decorados cuidadosamente e recebiam até vinte entusiasmados passageiros, todos usando a mesma fantasia. As revistas, passado o carnaval, escolhiam o carro mais bonito, o grupo melhor fantasiado, os foliões mais animados. A Cigarra, a revista de maior circulação em São Paulo e que melhor cobria o carnaval, todos os anos dava mais de uma dezena de páginas, às vezes em mais de uma edição com fotos e comentários sobre a festa.
A partir dos anos 50 essa velha tradição desapareceu e com ela o Carnaval de rua de São Paulo, que Vinicius de Moraes descreveu como o túmulo do samba. Mas de repente e meio sem explicação o Carnaval de rua ressuscitou e agora milhares de pessoas ocupam as ruas acompanhando centenas de blocos, surgidos do dia para a noite e que não param de se multiplicar.
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