Concebido por Niemayer para o Quarto Centenário o prédio ainda é um símbolo da São Paulo moderna
(FOTO: FÁBIO BARROS)
O Edifício Copan nasceu para ser um marco da arquitetura moderna na cidade. Projetado originalmente por Oscar Niemayer em 1951, fazia parte do conjunto de obras previstas para serem inauguradas no Quarto Centenário. Mas a construção sofreu muitos percalços e o prédio só ficou pronto em 1966, depois de 15 anos de avanços e recuos e mudanças no projeto.
Niemayer, ocupado com Brasília e irritado com as mudanças que foram sendo feitas no seu trabalho, o abandou nos anos 50, sendo o prédio concluído pelo futuro prof. Carlos Lemos que na época ainda era um jovem arquiteto.
Concebido para ser o maior edifício de São Paulo, o prédio iria reunir moradias, espaços comerciais, e até um grande hotel com 500 quartos que seria o maior da cidade, mas que nunca foi construído. Vagamente inspirado no Rockfeller Center deveria possuir também um teatro e jardins suspensos, outras ideias que ficaram apenas no papel.
Os empreendedores enfrentaram grandes dificuldades e a parceria prevista com um grupo investidor americano não se concretizou e a empresa proprietária o Banco Nacional Imobiliário acabou sendo liquidada. Em 1957, o Bradesco assumiu a obra e concluiu o prédio com muitas modificações em relação ao projeto original.
O Copan só recebeu o último Habite-se em 1974 e é, até hoje, a maior estrutura de concreto da cidade, com 32 andares, 115 metros de altura e 1160 apartamentos de vários tamanhos. Dividido em 6 blocos o prédio, que faz um elegante S na avenida Ipiranga, foi habitado por artistas, escritores, gente rica e gente pobre. Com uma história repleta de altos e baixos, viveu nos seus 60 anos todas as agruras do centro histórico de São Paulo, alternando momentos de prestigio e decadência.
Mas ainda é um dos símbolos da cidade e reflete uma época em que a São Paulo moderna se impunha sobre a velha cidade e refletia os sonhos de progresso e grandeza dos paulistanos.
O cmais+ é e reúne os canais TV Cultura, UnivespTV, MultiCultura,
TV Rá-Tim-Bum! e as rádios Cultura Brasil e Cultura FM.
Visite o cmais+ e navegue por nossos conteúdos.
Compartilhar
O frio de São Paulo assustava os velhos paulistanos
São Paulo também se preparou para a guerra nos anos 40
A velha rodoviária era símbolo de uma cidade caótica
Como o rádio ajudou São Paulo a entrar em guerra
Os ônibus vermelhos e de dois andares não vingaram em São Paulo
Cine Piratininga era provavelmente um dos maiores do mundo