O arquiteto de Brasília não projetou em São Paulo apenas o Parque do Ibirapuera
Oscar Niemeyer ficou muito conhecido em São Paulo por duas grandes obras, o Parque do Ibirapuera e o edifício Copan, projetado originalmente por ele e concluído por Carlos Lemos. Mas essas não são as suas únicas obras na cidade.
Nos anos 50, quando o arquiteto já era muito conhecido principalmente pelo conjunto da Pampulha em Belo Horizonte, e São Paulo crescia vertiginosamente, ele recebeu diversas encomendas na cidade que queria parecer cada vez mais moderna. São dessa época o edifício Montreal, na esquina da avenida Casper Líbero com Ipiranga, o Eiffel, na praça da República, a galeria Califórnia, na rua Barão de Itapetininga e o Triângulo, na José Bonifácio.
O Triângulo é um pequeno prédio que passa quase despercebido num quarteirão triangular formado pelas ruas Direita, José Bonifácio e Quintino Bocaiúva, bem no centro da cidade e a poucos metros da praça da Sé. Concebido para ser um arranha céu em estilo nova-iorquino, o projeto acabou sofrendo muito com as imposições dos construtores e as normas de municipais daquele tempo. Além do que, o terreno, muito pequeno num entorno intensamente edificado, tornava o edifício de dezoito andares quase invisível.
Como estava localizado na área mais densa e cara da cidade, todo o térreo foi transformado em espaço comercial para a instalação de lojas. Para aproveitar cada metro da fachada, a entrada do prédio foi reduzida e estreitada ao máximo. Provavelmente é o único prédio da Capital com uma entrada formada pelos degraus de uma pequena escada, que dá acesso ao hall de elevadores situado no subsolo. Talvez para atenuar o efeito terrível dessa entrada estranha, se decidiu colocar ali um grande painel de pastilhas de autoria de Di Cavalcanti. É um dos mais bonitos que o artista deixou para a cidade, mas é difícil perceber a sua existência, porque ele ocupa a entrada em curva e só pode ser visto descendo-se os degraus que dão acesso ao prédio.
Hoje o edifício, a entrada e o painel de Di Cavalcanti estão tombados. Mas foram muito danificados pelas décadas de esquecimento, numa área que deixou de ser a mais importante e dinâmica de uma cidade que se considerava “a que mais cresce no mundo”.
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