Durante décadas esta foi a senha para se marcar um compromisso no centro de São Paulo.
Te espero na porta do Mappin!
Durante décadas esta foi a senha para se marcar um compromisso no Centro de São Paulo. Quem queria encontrar alguém na Cidade, que é como os paulistanos se referiam ao centro, marcava o ponto de encontro na porta do Mappin. Era fácil perceber isto passando a qualquer hora do dia pela praça Ramos de Azevedo. Sempre havia uma fileira de pessoas alinhadas em frente as vitrines que ladeavam a entrada da loja. Todos aguardavam os seus parceiros para uma reunião de negócios, uma tarde de compras ou simplesmente para passear pela Cidade.
Esse hábito vinha de longe. Desde que a loja Mappin se instalou na praça do Patriarca, a sua porta de entrada serviu de referência para os paulistanos. A loja se estabeleceu por aqui em 1913 como Mappin Stores. Ficava na rua XV de novembro, 26. Era loja de elite e seus produtos custavam caro. No início, se dedicava a vender artigos finos para senhoras e crianças. Todos importados, é claro. Nenhuma senhora de boa família, compraria tecido ou roupas feitas por aqui. Vendia também lingeries e vestidos de noite. Soirée, como se dizia na época. Não era exclusiva das mulheres pois vendia também roupas de baixo para homens. Mas a seção masculina tinha entrada independente, pela lateral.
Em 1919 se mudou para a praça do Patriarca, já como a maior loja de departamentos da cidade e vendia de tudo. Até móveis, tapetes e brinquedos. A nova loja, com 5 andares, era enorme para os padrões da época e seu salão de chá ficou famoso como ponto de encontro da elite.
20 anos depois mudou-se de novo, para a praça Ramos, em frente ao Municipal. Nesse endereço consolidou a sua liderança no comércio da cidade, se expandiu e morreu, deixando semi abandonado o imponente prédio art-deco de Elisário Bahiana, inaugurado em 1939.
Mas ainda está presente na memória dos paulistanos. Mesmo hoje em dia se pode ver, a qualquer hora, duas ou três pessoas em frente às vitrines quase vazias da loja que ocupa o velho prédio, aguardando um encontro marcado.
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