Um hábito trazido pelo progresso.
São Paulo é uma cidade onde os invernos muitas vezes são severos e é comum fazer frio. Mas o verão é quente e em muitos dias a temperatura sobe pra valer. E depois de um dia de calor a maioria das pessoas quer mesmo é um banho.
Hoje é fácil e basta abrir a torneira que a água jorra e apesar das crises e das secas, faz muito tempo que ela não falta na cidade. Mas na São Paulo de antigamente não era assim e demorou muito para que as casas fossem dotadas de banheiro. E o banho era artigo de luxo e usado em ocasiões especiais.
Para os paulistanos da época em que São Paulo começava a crescer, o banho não era o fácil e o melhor lugar para se desfrutar de um, era a renomada casa de banhos A Sereia Paulista, instalada no largo São Bento em 1865. Era ali que os mais ricos e cosmopolitas procuravam se refrescar e cuidar da saúde, porque os banhos eram considerados medicinais e, às vezes, recomendados pelos médicos. A casa possuía vários compartimentos individuais com banheiras de mármore e um quarto especial para “banhos de chuva” como se chamava o nosso chuveiro naquela época. Os melhores fregueses, em geral estrangeiros, frequentavam o local uma vez por semana e o programa era considerado civilizado e elegante. Além dos banhos havia também um salão que servia para a clientela refrescos finos e especialmente vinhos da Hungria, terra natal do proprietário, que se tornou figura conhecida da cidade.
Foi lá que pela primeira vez, se ofereceu regularmente uma incrível novidade: o sorvete! Mas como não havia geladeiras e o gelo era raro e caro, os sorvetes só eram vendidos em dias e horas previamente marcados. Anunciados pelos jornais, o público tinha que se programar para não perder a oportunidade, porque os sorvetes logo derretiam e se o freguês perdesse a hora, adeus!
O cmais+ é e reúne os canais TV Cultura, UnivespTV, MultiCultura,
TV Rá-Tim-Bum! e as rádios Cultura Brasil e Cultura FM.
Visite o cmais+ e navegue por nossos conteúdos.
Compartilhar
O frio de São Paulo assustava os velhos paulistanos
São Paulo também se preparou para a guerra nos anos 40
A velha rodoviária era símbolo de uma cidade caótica
Como o rádio ajudou São Paulo a entrar em guerra
Os ônibus vermelhos e de dois andares não vingaram em São Paulo
Cine Piratininga era provavelmente um dos maiores do mundo