Para cientista político, apesar de autônomo, o ex-ministro da Fazenda está contaminado pela dimensão tóxica do governo
Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente Michel Temer anunciou a desistência do projeto de reeleição e lançou a pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto nesta terça-feira (22).
Para o cientista político Marco Aurélio Nogueira, professor de Teoria Política e coordenador do Núcleo de Estudos e Análises Internacionais (NEAI) da UNESP, Meirelles representa uma figura autônoma em relação à gestão Temer e ao próprio partido. O especialista, porém, pontuou: “É inevitável que fique contaminado pela dimensão tóxica que o governo adquiriu ao longo dos dois anos de exercício”.
Ele avalia que a preocupação básica de Temer não é ganhar a eleição, mas manter a administração em evidência, com a expectativa de que o debate político democrático “compre” alguma de suas iniciativas. “Sempre me pareceu uma operação fadada ao fracasso, porque é muito difícil partir de uma base de popularidade baixíssima e conseguir se destacar e ocupar uma posição”, disse.
Segundo Nogueira, os candidatos das margens, que não são os mais fortes ou ainda não adquiriram força, almejam alguma colocação. A intenção do Planalto é alimentar o debate visando uma tentativa de reconhecimento. “Bem ou mal, o governo conseguiu serenar um pouco o ambiente econômico, colocar um pouco mais de racionalidade, ainda que não tenha feito a máquina deslanchar”, concluiu.
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