Nesta semana, nomeação de presidente da Fundação Cultural Palmares foi suspensa e Secretaria do Audiovisual ganhou novo representante
O governo federal suspendeu a nomeação do jornalista Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação Cultural Palmares, órgão que tem como principal objetivo a promoção da cultura afro-brasileira. A decisão foi publicada no “Diário Oficial da União” na última quarta-feira (11).
Sérgio recentemente deu muitas declarações polêmicas sobre temas como racismo e escravidão no Brasil. Por conta disso, vários representantes de movimentos negros pediram a saída dele do cargo. No último Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, ele afirmou que o feriado precisa ser abolido por causar “incalculáveis perdas à economia do país, em nome de um falso herói dos negros, Zumbi dos Palmares”.
Também nesta semana, o ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo André Sturm foi convidado para ser o novo secretário do Audiovisual do governo federal. Ele é o quarto a ocupar o cargo na atual gestão, e substituirá Katiane Gouvêa, exonerada na última quarta-feira (11).
Katiane não tinha experiência no setor cultural e recentemente fez parte de uma polêmica que envolve a proibição da exibição do filme “A Vida Invisível” para servidores da Agência Nacional de Cinema (Ancine). O longa brasileiro tem direção do cearense Karïm Ainouz e foi a produção inscrita pelo país para tentar disputar o Oscar de 2020.
Para o cineasta e ex-secretário de Cultura de São Paulo, João Batista de Andrade, qualquer regime que pretenda ser duro e autoritário, a combate antes de mais nada a cultura, por que é na área que se desenvolvem as idéias. "O governo tem recuado por causa da pressão da sociedade civil brasileira, que tem mostrado uma garra muito grande e acaba o obrigando a se colocar na situação real”.
Nesta quinta-feira, João Batista de Andrade lançou o livro “O manuscrito do jovem Gabriel”, retomando ideias de outro romance publicado por ele, chamado “Um olé em Deus”, que apresenta o personagem Cabo Davino, ex-militar, que se coloca a serviço de grupos e pessoas poderosas da periferia paulistana. Na nova publicação, o personagem principal vê Davino como seu maior ídolo.
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