Partido enfrenta racha interno entre grupo ligado ao presidente e apoiadores de Luciano Bivar
O deputado Eduardo Bolsonaro se tornou ontem (21) o novo líder do PSL na Câmara dos Deputados. Em um intervalo de seis horas, três listas foram enviadas à Mesa Diretora da Casa, durante a disputa pelo cargo.
O primeiro documento foi entregue pelo líder do governo na Câmara, deputado Victor Hugo, com 29 assinaturas, o que levou Eduardo Bolsonaro à liderança do partido. Neste meio tempo, o até então líder da bancada, Delegado Waldir, divulgou um vídeo abrindo mão da chefia para um terceiro nome.
Após a lista pró-Eduardo, o grupo pró-Waldir apresentou um documento com 28 assinaturas, para manter o delegado no cargo. Em resposta, apoiadores do filho do presidente entregaram a terceira lista do dia, com o objetivo de derrotar o adversário.
Depois de se tornar líder, Eduardo Bolsonaro destitui todos os 12 vice-líderes da bancada do PSL, a maioria vinculada ligada ao presidente do partido, Luciano Bivar. A legenda passa por uma crise interna, que envolve disputas entre uma ala ligada ao presidente Jair Bolsonaro, e outra a Bivar.
Para o professor de Teoria Política e coordenador do Núcleo de Estudos e Análises Internacionais da Unesp, Marco Aurélio Nogueira, “o governo está vivendo uma situação de crise que está se estendendo desde o início da posse, e isso acontece em boa medida por conta dessa excessiva beligerância do presidente e de seus filhos”.
“Esta crise fica mais complicada quando o braço político e parlamentar do governo é estourado, ou seja, quando ele é arrancado do corpo, e curiosamente ele foi arrancado pelo próprio presidente, que desencadeou essa crise, que não estava sendo ‘cozinhada’ dentro do PSL (...) quem desencadeou esse processo foi o presidente Bolsonaro e seus filhos”, conclui ele.
O PSL instalou hoje (22) um conselho de ética para julgar por indisciplina 19 deputados, entre eles Eduardo Bolsonaro. O partido alega que esses parlamentares atacaram a sigla em redes sociais e discursos.
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