Para especialista em Relações Internacionais, União Europeia não demonstra interesses em definir novo acordo para o Brexit
O ex-ministro de Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres Boris Johnson foi escolhido ontem por mais de 92 mil membros do Partido Conservador para ser o próximo primeiro-ministro do Reino Unido.
Durante o primeiro discurso como líder, Johnson prometeu concluir o Brexit até 31 de outubro, data limite para a saída do Reino Unido da União Europeia, com ou sem acordo.
“Esta é uma negociação altamente complexa, porque envolve uma negociação doméstica, dentro do próprio Partido Conservador, que não está unido, e uma negociação com os outros membros da União Europeia”, aponta o professor de Relações Internacionais da FAAP Carlos Gustavo Poggio.
“É muito complicado que os outros 27 membros da União Europeia estejam dispostos a oferecer um pacote ao Boris Johnson mais generoso do que o que eles ofereceram a Theresa May”, afirma ele.
“O bloco não quer oferecer um pacote muito generoso para a Inglaterra, porque se a Inglaterra sai da União Europeia e isso se mostra benéfico para o país, a tendência é que outros países se sintam encorajados a pedir sua saída também”, conclui Poggio.
Na manhã de hoje, Theresa May se reuniu com a rainha Elizabeth II e apresentou formalmente sua renúncia ao cargo de primeira-ministra. Ela desejou boa sorte a Boris Johnson, seu sucessor. Ele tomou posse do governo nesta tarde e fez o primeiro discurso como primeiro-ministro, em Londres.
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