Presidente já se envolveu em decisões da Polícia Federal, do Ibama e do Coaf
O presidente Jair Bolsonaro tem se envolvido em situações que cruzam seus interesses pessoais com a administração de Instituições de Estado, que conferem ao país suas bases de funcionamento democrático.
Exemplo disto é a recente interferência no Itamaraty. O presidente está lançando o nome de seu filho, Eduardo Bolsonaro, para a embaixada do Brasil em Washington. Ele também deu declarações de que iria mudar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, entretanto a instituição informou em nota que a saída do funcionário já estava programada há meses em função de desejo dele de deixar o cargo.
“Esse comportamento tem se demonstrado um padrão do governo, nós vimos isso também nos órgãos da área ambiental, toda aquela interferência no IBAMA e a mudança no Inpe. Me parece que é o governo que, talvez de uma forma inédita na história da democracia brasileira, mais aparelha de tal maneira os postos de caráter mais técnicos”, aponta o coordenador do mestrado profissional em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Cláudio Couto.
“Esse aparelhamento é pessoal e familiar, nomeia pessoas que têm vinculação com os filhos do presidente e que tem algum tipo de associação com eles e interesses vinculados”, conclui o professor.
A transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central também entra neste contexto, já que a mudança teria sido motivada pelas críticas feitas pelo responsável do órgão a uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que atendeu a uma solicitação do advogado do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, em relação ao caso das “rachadinhas”.
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