Decisões recentes do presidente Jair Bolsonaro em relação ao meio ambiente e aos direitos dos índios causam polêmica
Na última quinta-feira, 6, um novo decreto do presidente Jair Bolsonaro excluiu a sociedade civil (organizações voluntárias que articulam a sociedade) do conselho deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), que é administrado pelo Ministério do Meio Ambiente e é responsável por fomentar o desenvolvimento de atividades sustentáveis no país.
Também nesta semana, a Fundação Nacional do Índio (Funai) nomeou o missionário Ricardo Lopes Dias para a Coordenação-Geral de Índios Isolados e Recém Contatados. Ele é formado em teologia e atuou na Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), uma organização que tem como objetivo a evangelização de indígenas.
Em entrevista ao programa “De Volta ‘Pra’ Casa”, Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, comentou as últimas decisões da atual gestão e o impacto para o meio ambiente e os povos indígenas.
Sobre a exclusão da sociedade civil, a estudiosa pontuou: “Chega a ser curioso que um governo que tem como perspectiva privatizar muitas instituições públicas não reconheça a sociedade civil como um braço executor de uma política que divide a responsabilidade, pois também é uma forma de compartilhar com o setor privado. Afinal, as organizações da sociedade civil são associações civis privadas”.
Em relação à decisão da Funai, Adriana explicou que o esforço para evangelização desconhece o direito das comunidades índigenas de suas próprias crenças. “É uma visão bastante colonial, que desconhece a importância da diversidade de povos, uma das riquezas do Brasil, que é um repertório de possibilidades culturais, de conhecimento, de formas de uso do território e dos recursos naturais que podem ser muito positivas”, afirmou.
“Esse esforço para destruir essas culturas é muito triste e coloca o Brasil na contramão da história”, finalizou.
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