Para Marco Aurélio Nogueira, o pré-candidato à presidência corteja potenciais eleitores de outros partidos para aumentar o próprio “cacife”
“Os pré-candidatos estão fazendo muito jogo de cena”, afirmou o cientista político Marco Aurélio Nogueira, professor de Teoria Política e coordenador do Núcleo de Estudos e Análises Internacionais (NEAI) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), durante participação no “De Volta ‘Pra’ Casa”. O especialista analisou as movimentações eleitorais e comentou o comportamento do senador Alvaro Dias (PR) na sabatina promovida por UOL, Folha e SBT nesta segunda-feira (7).
Para Nogueira, o pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos joga com a indefinição das posições de prestígio dos diferentes candidatos, principalmente dos mais próximos, e tenta cortejar potenciais eleitores de outros partidos. “Acho que há da parte dele uma preocupação muito grande em aumentar o próprio cacife para tentar negociar alguma coisa no momento subsequente”, apontou.
De acordo com o cientista, a essa altura, parece evidente que Álvaro Dias e a maioria dos outros concorrentes não sejam capazes de chegar às eleições com fôlego para competir com os poucos candidatos fortes. Por outro lado, avalia que Marina Silva, Joaquim Barbosa e Ciro Gomes possuem brilho próprio, o que poderá impulsioná-los.
Nogueira considera que o Partido dos Trabalhadores deveria verificar a possibilidade de suavizar a relação com as demais siglas, já que foi prejudicado pela prisão de sua principal liderança, que é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seria natural que se dispusesse a fazer alianças, não fosse a tradição de hegemonizar o campo no qual atua, disse.
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